HERNANDO CALVO OSPINA
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Pela solução política ao conflito colombiano

segunda-feira 12 de março de 2012

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Colômbia éum país onde rios de ouro se misturam com rios de sangue”. Eduardo Galeano.

O conflito interno na Colômbia leva quase seis décadas e tem seconvertido em um dos mais antigos do mundo, junto ao da Palestina e deCaxemira.

Nesse confronto, a população civil tem sido a principal vítima. Segundoas cifras divulgadas pelas organizações de direitos humanos nacionais einternacionais são mais de 60 mil os detidos-desaparecidos; oito mil presospolíticos; centenas de fossas comuns; cinco milhões de camponeses, indígenas eafrodescendentes violentamente desalojados de suas terras nos últimos dez anos,e milhares de assassinatos políticos a cada ano. Instâncias internacionais,como a ONU, assinalam que o Estado, juntamente com grupos paramilitares, é omáximo responsável por tal violência. A insurgência, representada nas ForçasArmadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional(ELN), apesar de que em uma mínima proporção, também têm sua parcela deresponsabilidade.

Ao analisar a história política do país, pode-se afirmar que a guerrilhaé consequência e não causa de uma guerra que tem raízes econômicas, políticas esociais. Também se constata que há 30 anos a insurgência tem insistido em umasaída política negociada ao conflito. Nas tentativas de diálogo que jáaconteceram, os sucessivos governos têm utilizado pretextos para romper e nãoavançar na busca de uma paz com dignidade. O assassinato de comandantes dasFarc e a perseguição, com o mesmo fim, dos membros do ELN está levando aobloqueio das demandas de uma negociação.

Igualmente, somos testemunhas das grandes mobilizações realizadas porgrandes setores do povo colombiano clamando e exigindo uma saída política queleve à paz com justiça social.

Nos últimos meses, o governo colombiano repete que o conflito somenteconcerne aos colombianos. Porém, é fácil comprovar, observando a geopolítica,que isso não é bem assim; pois, por múltiplas razões, já incumbe à região e aocontinente. Da mesma forma, ao repassar a história, constata-se que os EstadosUnidos têm uma grande responsabilidade em seu recrudescimento, ao pretender converteressa nação em uma base militar continental, com a finalidade de conter osprojetos democráticos que se desenvolvem na América Latina. Enquanto queinstâncias regionais, como a União das nações Sul-americanas (Unasul), temproclamado a região como um território de paz.

Pelo anterior, chamamos o governo da Colômbia e, por extensão, ao dosEstados unidos, a que escutem o povo colombiano e aceitem a proposta dainsurgência para buscar uma solução política negociada ao conflito.

Convencidos estamos de que a saída é política e não militar.

Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, Argentina.

Jean Ziegler, vice-presidente do Conselho Assessor do Conselho de DireitosHumanos da ONU, Suíça.

Piedad Córdoba, porta voz de “Colombianas yColombianos por la Paz”, Colômbia.

MartínAlmada, Prêmio Nobel Alternativo da Paz, Paraguai.

Hernando Calvo Ospina, periodista, Colômbia/ Francia.

Gilberto López y Rivas, Catedrático, México.

Hugo Moldiz Mercado, Periodista, Bolívia.

Paul-Emile Dupret, assessor Parlamento Europeo, GUE/NGL, Bélgica.

Alfonso Sastre, escritor, Espanha.

Roberto Fernández Retamar, escritor, Cuba.

Santiago Alba, jornalista, Espanha/Tunez.

James Petras, sociólogo, Estados Unidos.

Ramón Chao, jornalista, Espanha/Francia.

François Houtart, teólogo, Bélgica.

Pascual Serrano, periodista, Espanha.

Aram Aharonian, jornalista, Uruguai/Venezuela.

Carlos Fazio, jornalista, México.

Fernando Buen Abad Domínguez, filósofo, México.

Carlos Padrón, ator, Cuba.

Manuel Cabieses Donoso, jornalista, Chile.

Carmen Bohórquez, Historiadora, Venezuela.

Stella Calloni, jornalista, Argentina.

Belén Gopegui, escritora, Espanha.

Alejandro Dausá, sacerdote, Argentina.

Constantino Bértolo, editor, Espanha.

David Acera, ator, Espanha.

Mario Casasús, jornalista, México.

Paul Fortis, escritor, El Salvador.

Ricardo Bajo, jornalista, Bolívia.

Carlos Aznárez, jornalista, Argentina.

Jorge Capelán, jornalista, Nicarágua.

Miguel Álvarez Gándara, Serapaz, México.

Sara Rosenberg, escritora, Argentina/Espanha.

(Seguem assinaturas…)

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